sábado, 12 de outubro de 2013

Eduardo White

Moira

Este tempo
cabe no meu corpo
corto-lhe o molde
emendo
a gosto.
Este tempo é meu
(dizem-me)
ainda que me imobilize os braços
que me sufoque o peito
um aperto na cintura.
Um céu tinto de roxo
despenca sobre mim
e suas gotas lavam
a vidraça suja.
A tesoura range
e repete
que sou uma deidade morta.
Mas o tempo é meu,
envolve-me o corpo.



(do livro “A arqueologia da palavra e a anatomia da língua”, coordenação: Amosse Mucavele)


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http://issuu.com/teatrofantasma/docs/miolo_antologia_poetica



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