sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sonetos luxuriosos - Pietro Aretino



9


Fodamos, meu amor, fodamos presto,
Pois foi para foder que se nasceu,
E se amas o caralho, a cona amo eu;
Sem isto, fora o mundo bem molesto.

Fosse foder após a morte honesto,
“Morramos de foder!” seria o meu
Lema, e Eva e Adão fodíamos por seu
Invento de morrer tão desonesto.

É bem verdade que se esses tratantes
Não comessem do fruto traidor,
Eu sei que ainda fodiam-se os amantes.

Mas caluda e me enfia sem temor
Esse pau que à minha alma, em seus rompantes,
Faz nascer ou morrer, dela senhor.

                                   E se possível for,
Quisera eu pôr na cona estes colhões
Que tanto prazer são espiões.

9


Fottiamci, vita mia, fottiamci presto,
Poi che per fotter tutti nati siamo,
E se il cazzo ami tu, la potta io bramo,
Chè il mondo saria nullo senza questo.

            Se dopo morte il fotter fosse onesto,
Direi: fottiamci tanto che moriamo,
Chè di là fotteremo Eva e Adamo,
Che trovorno il morir sì disonesto.

            Veramente egl’è ver che se i furtanti
Non mangiavan quel pomo traditore,
So ben che si fottvano gli amanti.

            Ma lasciamo le ciance e sino AL core
Ficchiamo il cazzo e fa che mi si schianti
L’anima, che nel cazzo or nasce or muore

            E se possibil fore
Vorrei por nella potta anche i coglioni
 D’ogni piacer fottuti testimoni.


(do livro “Sonetos luxuriosos”, Tradução: João Paulo Paes, Má Companhia)



Nenhum comentário:

Postar um comentário