segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Trocando olhares (1915 - 1917) - Florbela Espanca



Poetas

Ai, as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!
8/1/1916


(do livro “Poemas Florbela Espanca”, edição preparada por Maria Lúcia Dal Terra, Martins Fontes)




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