sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Camila Senna



Que teu amor
no silêncio de um olhar,
me aperte
a alma e as coxas todas




Nascida no Estácio de Sá. Ariana de março. Poeta sem berço. A poesia em minha vida é tudo, foi a maneira que encontrei de enlouquecer sadia, falo de mim de forma ruim, boa, gostosa... Se eu não puder morrer, ressuscitar, rodopiar, gozar, para mim não é poesia, é prisão. As prosas e poesias mais bonitas que tenho, foram feitas nos meus piores dias... Faço parte das Antologias: III Prêmio Litteris de Cultura na Antologia “Amor – Ontem, Hoje e Sempre", "Papo Cabeça, coletânea juvenil" (que esteve na BIENAL do livro do Rio de Janeiro), "Do Brasil para Frankfurt, mais que um país uma inspiração”, “Do Brasil para Guadalajara, o melhor da nossa terra”, “Palavras sem fronteiras, do Brasil para Buenos Aires", "Poesias Encantadas”(1º edição), “Poesias Encantadas” (2º edição). Também na 1º Flupp no Morro dos Prazeres Santa Teresa com o Grupo que faço parte, "Pó de Poesia".



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Diário do ventríloquo (primeira noite) - Ademir Assunção

Chacina never stops

troia destruída, restam-nos
as ruínas de Bagdá, chuva de mísseis,
capacetes made in united states
of américa, mãos decepadas e olhares
que ainda miram lugar nenhum, talvez
a névoa sob um céu de escombros,
picotada por rajadas de fuzis fabricados
numa pacata cidadezinha do texas,
moloch esculpido na retina intacta, dervixe
do terror com os olhos vazados, crucifixos
radiativos lançados sobre cabul
por um helicóptero ianque, pearl jam,
iron maden e nirvana a todo volume
no headphone do soldado imberbe, casas
incineradas, embaixadas fumegando,
sonhos da noite passada retalhados
antes que a luz do sol pudesse
iluminar o caminho de volta, o retorno
a uma ítaca estampada nas páginas
de um gibi amarelado, ou de um jornal
que embrulha o peixe na feira, ante
o espanto da velhinha aposentada
que sempre se queixa da alta dos preços


(do livro "A voz do ventríloquo", Edith) 




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Da vida... - Raquel Santos Oliveira


Espelho d'água

Através do espelho d'água
Vejo o reflexo da cidade
Que dorme
Disforme em sua realidade

Não posso ter os meus olhos
Como fonte de visão
Que pena
O brilho da realidade
Arde em cena
Repleto de escuridão

Vejo no espelho d'água
A luz que é ilusão
Afogada
É nada

No meu olhar a mágoa
O reflexo é mais concreto
Do que tudo que vê
Meus olhos abertos

Que triste
Em saber que insiste
Parecer real
O que não existe


(do livro "Só por... poesias!", EncantArte Editora)



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Adiron Marcos



Cidade dos Homens  

Para o amigo Erick Moraes  




Cidade dos homens :
O calendário vestido
em quarta-feira e Cinzalha .

As avenidas fumam petróleo enlatado ,

pescoços braços e pernas batem cabeça
num trânsito regido
pelo dragão da maldade .

Quando anoitece

várias estrelas faltam ao trabalho
(vento sopra uns trombones de chuva Próxima )

e os trens retornam para os subúrbios

levando quem não se acaba de Morrer .




Adiron Marcos de Barros Costa . Nascido em 08 de maio, ano 1976 . Cursou  teologia pelo Seminário Maior da Igreja Presbiteriana do Brasil - RJ . Formou-se nos cursos técnicos/profissionalizantes da Escola de Música Villa-Lobos , a saber : piano , arranjos musicais , regência , e fagote . Começou a escrever no ano de 2006 , e desde agosto de 2010 participa - primeiro como platéia e depois atuando - no sarau de poesia e performance "CEP 20.000",liderado pelo poeta Ricardo Chacal , com quem também fez uma oficina de poesia ao longo dos anos 2011/2012.