quarta-feira, 9 de julho de 2014

O porto - Julia Mendes



Não é o que planejávamos


cada poema aqui
parece pertencer a si mesmo
o plano de agenciá-los
deve ser abolido
a não ser que o senhor
possa
engomá-los de novo
antes de serem escritos
ou
que morra
e este seja um conjunto
post mortem
de um ghost writer falido
não há como fecharmos
talvez o senhor
tente outro dia


(do livro “para um corpo preso no guindaste”, Editora Patuá)



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