sábado, 9 de agosto de 2014

Cynthia Lopes



Uma qualquer


para a “Marcha das vadias”

eu sou aquela que encanta, brilha, dança.
eu sou aquela que chora, briga, banca.
que vai à luta, xinga, sobe nas tamancas.

sou a vadia, que se criou nas calçadas,
no desperdício das insones madrugadas,
dias de ócio, tardes de amor, noites de trampo.

sou uma entre muitas que iluminam os palcos
e não leva pra casa, ninguém me desanca:
sou aquela que sabe rodas a baiana.

(do livro “Mega”, organização: Cairo Trindade, Oficina Cairo Trindade)



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