terça-feira, 28 de outubro de 2014

Matheus José Mineiro



lamer la herida abierta  es más dulce  que una colmena

pombas adestram piolhos e praças.
mandruvás carcomem a textura da palavra verde.
cutias e pacas roem a beira da palavra rio.
Cupins mastigam o cara de pau.
traças abocanham os risos nas fotografias.

leitões bacorejam no curral de maquinadas situações.
javalis arruam nos brotos e caules  da horta da nossa aorta.

o mundo é a hemorragia.

Revitalizar é um verbo a favor de gente
e
contra
infecções, lesões e traumas.

poema torna-se  torniquete torcendo a mecanização do ânimo.

meu cérebro e meu espirito são espetados pelo desconforto
quando a rotina se afia e amola, como um canivete.
neurose é o meio social chutando e socando as portas dos miolos neurais
entrando sem ao menos ser convidado.

os dias deixando hematomas no rosto da gente.
os dias deixando escoriações no peito da gente.
os dias deixando inchaços nos braços da gente.

lágrima, suor , sangue e grãos de gargalhadas são extraídos do corpo
como o néctar
que as abelhas extraem das flores
diante da mandíbula de aço inoxidável e compromissos da cidade.

o planeta gira como uma betoneira,
areia, brita, concreto, abstrato, sentimentos e argamassa.

essas
vigas de aço que eles enterram no meu baço.
esse
vergalhão de 10mm
que eles enfiam no meu coração.
esses
sacos de pregos de aço
nunca irão tolher nossos abraços.
foguete que cava o ar
e broca que plaina dentro do umbigo da terra fugindo do cotidiano do planeta,
osso do tornozelo
torcido .


Matheus José Mineiro autor do livro A Cachoeira do Poema Na Fazenda Do Seu Astral, radicado na Serra dos Òrgãos (Rj) . www.apologiapoetica.blogspot.com.br



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